quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Ah, se eu soubesse... (1)

Esse livro tem uma abordagem interessante. Eles juntaram 150 pessoas bem sucedidas e perguntaram o que elas gostariam de ter sabido 25 anos antes de obterem sucesso. Em outras palavras o que as ajudariam a obter esse sucesso mais rapidamente ou com menos esforço. Seguindo nesta linha gostariamos de inserir aqui um conjunto de curiosidades que só descobrimos depois de nossa chegada, mas que seria muito interessante que as tivéssemos anteriormente.

Vejam, não será nenhum segredo que mudará a vida de ninguém, muito pelo contrário, a idéia é colocar pequenos detalhes que nos fazem perder dias, horas, minutos ou segundos preciosos em nossa adaptação. Lógico que também haverá informação puramente inútil, afinal estamos aqui para nos divertir. Importante, as informações são baseadas na realidade de Toronto e pode ser que não valham para outras províncias.

Resolvemos colocar este post antes de acabar o restante do post do carro, acho que ele não teve muito sucesso com o público, só tivemos 2 comentários. Aquela empreitada está fadada ao insucesso. Ah, se eu soubesse…

Você sabia...

… que não importa a cidade que colocou no formulário? A imigração ignora veementemente esta informação!

… que ter o endereço completo, incluindo o Zip Code, de onde irão mandar seu Permanent Resident Card é uma mão na roda? Caso contrário você terá que enviar fax com as informações e isso pode atrasar o seu recebimento. (Esse caso foi bem particular, mas demoramos 3 meses para receber o PR card por conta disso. Anyway, a dica é válida)

… que os táxis do aeroporto não cobram pelo taxímetro, eles têm uma tabela com as regiões da cidade cujos preços são pre-fixados? Não pensem que estão sendo enganados logo na chegada ao país.

… que as highways principais estão sempre congestionadas em Toronto? Nada comparada à São Paulo, mas no inverno a neve toma conta de 1/3 do espaço, no verão, as obras.

… que as fechaduras são colocadas “de cabeça para baixo”? Assim, ao invés de fechar, abrimos e vice-versa. Ou não? Ou no Brasil é que é de cabeça para baixo?

… que o fluxo da descarga gira no sentido anti-horário? Informação inútil que tinha visto nos Simpsons e tive que fazer a prova.

… que você paga uma passagem de TTC (metrô, onibus, street car) e caso precise pegar outra condução em direção perpendicular você poderá pegar um ticket chamado transfer para continuar sua viagem? A explicação é um pouco mais complicada e mais proveitosa depois que as pessoas passam pela experiência. Mas saibam que é possível pegar mais de uma condução pelo preço de uma passagem.

… que as moedas funcionam muito bem e assim os canadenses não estão acostumados com a idéia de “facilitar o troco”? Ou seja, se tiver que pagar $12.50 e você der $22.50 normalmente eles te devolvem as suas moedas e mais $7.50 em moedas. A estratégia é você já falar o que quer. Please, could I have a ten dollar bill back?

… que por conta disso caso não tenha um porta moeda descente você anda no meio da rua parecendo uma dançarina do ventre? Triiiimmm, triiiiimmm, triiiimmm.

… que você pode fazer um U-turn (parar do lado direito da rua e fazer o famoso gato para voltar em direção oposta) em qualquer lugar desde que não seja explicitamente proibido?

… que você pode dobrar à direita nos sinais fechados, desde que pare, veja que não há carros vindo e que não seja explicitamente proibido?

… que você pode parar no meio de um cruzamento dobrar a esquerda, desde que não seja explicitamente proibido?

… que pedestre tem precedência sobre qualquer veículo? Isso é uma coisa que os brasileiros terão que mudar completamente. Nossa idéia quando estamos dirigindo e vemos um pedestre na calçada é “ele vai esperar eu passar”. O canadense é exatamente o oposto, pedestre vê o carro e pensa “ele vai esperar eu passar” e atravessa sem nem olhar se você parou ou não. CUIDADO!

… que os sinais de trânsito para pedestres sempre têm um contador regressivo e você consegue usar esta informação para saber quando o sinal ficará amarelo para os carros? Ou seja, quando o contador do pedestre chega a zero, o sinal para os carros fica amarelo. Assim, você consegue saber de longe se vai conseguir passer naquele sinal ou não. (Sinal, semáforo ou qualquer outro nome que queira interpretar)

… que o canadense é muito liberal com a questão da maconha, mas nem tanto com bebida alcóolica? A maconha é considerada uma “fase” que os jovens sempre passam. Ao contrário, eles se preocupam muito com a questão de menos bebendo. Não me perguntem o por quê.

... que durante o inverno é aconselhável mudar seus pneus para winter tires que têm uma composição diferente e assim não endurecem, mantendo o "grip"? A partir de 7 graus positivos, os pneus de inverno já começam a aparecer nas ruas. Eu disse recomendável, não obrigatório. Ouvimos dizer que em Quebec passou a ser obrigatório e isso é uma indicação do que está vindo por aí.

... que a temperatura para começar a usar luvas e tocas é aproximadamente 5 graus positivos? Essa era uma dúvida que eu sempre tive. Ficava com receio de sair todo encapuzado numa temperatura que não estava de acordo com as vestimentas. Claro, tudo depende da sua capacidade de aguentar frio, mas é consenso que abaixo de 5 graus...

Essa é apenas uma idéia inicial A medida que formos lembrando de algo, inseriremos aqui.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Finalmente chegou!

A volta dos posts chegou!

Finalmente depois de tanto tempo sem escrever devido um trauma profundo gerado por um erro idiota, resolvemos voltar a escrever neste espaço. Esta hibernação as avessas foi muito boa para relermos nossos textos e perceber que fizemos várias promessas que não foram cumpridas. Por isso começamos o post afirmando veementemente que iremos... parar de fazer promessas, ou tentar, e que devem acreditar em nós quando dissermos: nunca acreditem em nossas promessas, mesmo que pareçam muito honestas.

Apesar de estarmos longe da nossa atividade literária, nossas vidas continuam na correria. A palavra central desta fase é, mais do que nunca, aprendizado. Temos muito a contar e bastante “papel” disponível para isso. Veremos a velocidade que isso sairá da cabeça.

Voltando ao ponto em que paramos. A compra do carro.

Como sabem, fizemos um super post para falar sobre o assunto e o blogspot fez o favor de salvar uma alteração indevida que simplesmente jogou tudo pelo ralo. Assim, procuraremos reproduzir o que ainda lembramos e esperamos que a leitura seja tão proveitosa quanto a primeira que não tiveram a oportunidade de colocar os olhos.

O objetivo deste post é auxiliar as pessoas na procura por um meio de transporte nas terras do norte. As decisões neste processo são várias: Comprar ou não? Novo ou usado? 4X4 ou FWD? Leasing ou financiamento? Japonês ou americano? Esportivo ou Família? E por aí vai. Nós não iremos dissertar sobre vantagens e desvantagens de cada uma dessas variáveis. Na verdade apresentaremos quais foram os pensamentos e interpretações que nos levaram a uma decisão final. Não queremos causar polêmicas, assim cada um poderá aproveitar as informações da forma que quiser. Adiantando, a brincadeira não é tão simples quanto parece.

A primeira decisão é sobre tirar carteira de motorista ou não. Acredito que esta seja a mais simples de todas. Então, começando pelo mais fácil, a sugestão é: tirem mesmo que não tenham planos para comprar carro em curto ou médio prazo. Num post passado comentamos que existem 3 bases necessárias para termos um início que nos tranqüilize (casa, carro e trabalho). Umas das razões principais para tirar a carteira é que após um ano de carteira com licença full (G) o seguro começa a ficar mais barato. Isso é uma realidade em Toronto, não sei se as outras províncias seguem a mesma abordagem. Qualquer abatimento neste custo é um prêmio, pois os valores para recém chegados são, na nossa opinião, absurdos. A média do que estamos vendo por aí é de 300 dólares/mês, isso mesmo!

Depois disso vem a pergunta crucial sobre se realmente o carro é necessário. Afinal, o sistema de transporte público é muito eficiente e oferece um serviço competente dentro de GTA. Para aqueles que moram longe do TTC, trabalham fora do centro e/ou gostam de passear no final de semana, a escolha de ficar sem carro passa a não ser tão atrativa. Nós temos amigos em Mississauga, Brampton, Tornhill, Markham e Whitby e chegar nesses locais utilizando serviço público num tempo satisfatório é impossível. Além disso, trabalho do lado oposto da cidade e perder 2 horas e 40 min no metrô por dia não fazia parte dos nossos planos. Assim, nossa escolha foi comprar um carro.

Existem opções interessantes para aqueles que conseguem chegar facilmente ao trabalho e precisam do carro apenas esporadicamente. Empresas como autoshare (www.autoshare.com) e Zipcar (www.zipcar.com) oferecem serviços de aluguel de carros por períodos menores do que 1 dia. Assim, atividades como buscar alguém no aeroporto, fazer compras maiores (ninguém merece carregar sacolas no metrô ou ônibus) ou ir ao International Kenter (em Sueco escreve com K) of Entertainment Abroad, vulgo IKEA, ficam mais simples de serem realizadas. Aliás, acredito que o IKEA seja a maior concentração de carros alugados em Toronto, cerca de 90% dos carros têm adesivos de uma dessas duas empresas ou de uma terceira, que não sei o nome devido a quantidade de propaganda contida nos carros. Assim, se você não se sente constrangido em andar num carro alegórico, então fique à vontade para alugá-lo no valor de 1 dólar/h. Bom, foi isso que ouvi por aí, não sei se é verdade.

Parêntesis para aqueles que procuram diversão barata no Canadá. Esta dica vale ouro e custa menos do que ir ao cinema. Caso esteja entediado e com pouca grana dirija-se ao estacionamento do IKEA para acompanhar o árduo trabalho dos pobres clientes tentando levar suas “pequenas” compras para seus meios de transporte. Aparentemente os suecos tem um grande senso de humor e fizeram o favor de oferecer um carrinho de compras que é mais estreito do que um braço de sofá, mais curto que uma caixa de cômoda, sacolas colocadas estrategicamente num local onde praticamente devemos fazer embaixadinhas para nos movimentarmos e, para finalizar esta obra prima, as quatro rodas são soltas. Eu carinhosamente os chamo de “drunk cart”. Vocês acham que é só isso? Todas as ruas do estacionamento têm uma angulação suficiente para que sua força não seja capaz de suportar o carrinho sem parecer bêbado e a loja tem todo o atrativo para que o passeio seja realizado com a presença da família inteira. Acreditem, as crianças nessas horas não são os ajudantes dos sonhos, muito pelo contrário, porém elas inserem um atrativo a mais para aqueles que buscam diversão. Tem um brasileiro que é especialista nesta atividade. Assim, se quiserem umas aulas particulares basta contatá-lo. Aqui segue um vídeo de seu treinamento especial. http://www.youtube.com/watch?v=0shjsIbJfo8. Merece assistir até o final.

Voltando ao assunto de carros alugados. As empresas citadas acima têm comparações em seus sites em relação às vantagens entre a compra de carros e o sistema de serviços que oferecem. Cabe a cada um avaliar as condições e verificar se atendem às suas necessidades. Estas fontes devem ser obrigatórias para quem está neste processo de decisão.

Depois da decisão de comprar tudo se torna mais tranquilo, certo? Errado! Os preços dos carros são irrisórios em relação ao que costumamos pagar no Brasil e a possibilidade de poder escolher carros que seriam mais difíceis de adquirirmos nos deixa com a cabeça em parafuso. Ficamos duas semanas igual crianças em loja de brinquedo, todo carro que passava anotávamos o nome para avaliar preços e condições. Nossa lista de prioridades mudou umas 237 vezes em duas semanas. Para terem uma idéia de preços, fazendo uma comparação 1-para-1 entre dólar e real, afinal recebemos em dólar, o preço de um Civic Completíssimo é mais barato do que um Celtinha pé duro (R$27.000.00). Isso chega a ser vergonhoso.

Por isso fizemos uma pequena lista de carros para que sua busca seja facilitada.
  • Se você é feio: compre o Aztec, da Pontiac, ou o Prius, da Toyota. Tudo é uma questão de comparação, perto daqueles carros, até o corcunda de Notre Dame é gato. O contraponto para esta abordagem é ser incluído no pacote e ganhar um prêmio pelo conjunto da obra. Porém, se isso ocorrer eu ficarei surpreso por ter sobrevivido até hoje sem tomar uma surra no meio da rua ao ser confundido com alguma assombração, leprechau ou coisa parecida. Eu diria que para estar neste nível você deve parecer com um cruzamento de Chinese Crested com Amy Winehouse em convulsão.
  • Se você é gordo: compre um Smart. Afinal, não é você que é gordo, o carro que é pequeno. Tome cuidado apenas para a discrepância entre sua pança e o tamanho do carro. Você não vai querer parecer um muffin com muito fermento sendo desenformado, certo?
  • Se você é garotão solteiro: compre um Mini. Muitos dizem que é carro de mulher, mas a reação que este carro causa sobre pessoas do sexo feminino é igual àquela causada por filhotinhos de Labrador. “Ahhhhhhhhhhhhh, olha que gracinha, que bonitinho!”. Pronto, taí o seu espaço para começar uma papo furado. Por favor, nunca mencionem bebida alcoólica em suas cantadas, como já demonstrei anteriormente, isso não funciona. A vantagem desta abordagem é que você não precisa catar cocô no meio da rua e a alimentação destes “bichinhos” é muito barata aqui no Canadá. Atualmente, menos de 1 dólar por litro.
  • Se você é hipocondríaco: compre um HHR, da Chevrolet. A cor branca é a preferida desta categoria, pois as pessoas já ficam com o sentimento que estão dentro de uma ambulância. Se a situação for muito crítica, compre o preto, pois já estará passeando livremente no seu rabecão.

Não chegamos nem na metade do trabalho e o post já está gigante. Continuamos em breve. Eu prometo...

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Ele está chegando...

Depois de um longo e tenebroso outono, ele está chegando...

Alguns aguardam com ansiedade, outros com desprezo, muitos com saudade...

Ele está chegando...