sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Lista de Programas de Índio

Como somos pessoas solícitas e sempre queremos o bem dos outros, resolvemos divulgar nossa lista secreta de programas de índio. Aqueles programas que à primeira vista são de primeira linha, muitas vezes até os aproveitamos bastante durante os momentos que vivemos, mas ao final juramos que aquela seria a última vez que vivenciaríamos tal evento. Resolvemos divulgá-la pois a lista sofreu uma adição hoje. Acredito que a Nanade não concorde com esta última, mas os homens concordarão com certeza.
  • Reveillon em Copacabana

Cenário paradisíaco de praia com o Rio de Janeiro como pano de fundo, fogos de artifício de tirar o fôlego. A qualidade do espetáculo é indiscutível. Passamos o reveillon no Forte de Copacabana com uma visão frontal de Copacabana, a mesma dos diversos transatlânticos ancorados. A companhia era excelente e a comida ídem. Porém, vamos à realidade...

Devido à organização do evento tivemos que parar o carro no Rio Sul. Quem conhece sabe que o shopping fica no extremo oposto do forte. O passeio de ida é maravilhoso, aproveitamos bastante a (falta de) organização, uma "fauna" variada e aquele velho olhar para trás para ver se havia alguém nos seguindo. Ainda estávamos no começo da noite, descansados e empolgados com a oportunidade de vivenciar um dos reveillons mais bonitos do mundo, portanto tudo ainda era festa. A noite foi ótima! Estávamos na companhia, além de grandes amigos, de nada menos do que o Vice Presidente da República. Começa o show, os fogos são lindos nos 3 primeiros minutos, depois o pescoço já começa a reclamar mais do que a emoção vislumbrada pelos olhos. O espetáculo começa a ficar mais e mais desinteressante e a vontade de ir para casa aumenta e aumenta. Neste momento começa o calvário. Pegar ônubis para atravessar copacabana, impossível! Táxis só querem pegar pessoas que vão para a Barra da Tijuca. Aliás, parêntesis neste aspecto para enfatizar este assunto. O Rio de Janeiro é o único lugar do mundo onde os taxistas se sentem no direito de escolher as pessoas que querem levar de acordo com o destino. Enfatizando ainda mais, os taxistas do Rio de Janeiro deviam entrar no livro dos recordes como os piores do mundo. Voltando à nossa saga, só nos restou voltar andando para o Rio Sul. Como não dava para voltar andando pela orla, pois havia dois shows e aproximadamente 2 milhões de pessoas na praia, resolvemos voltar pela Nossa Senhora de Copacabana. Aquilo foi a visão do inferno. Durante 1 hora de caminhada o cheiro de urina, misturada com outras coisas piores, nos perseguiu. Pessoas gritando, passando mal, brigando com motoristas, penduradas nas portas dos ônibus, tentando "contratar namoradas", vomitando no meio da rua. Finalmente chegamos ao Rio Sul sem maiores problemas e prometemos que aquele evento entraria em nossa lista de programas de índio.

  • Grande Prêmio de Fórmula 1

São Paulo, penúltima temporada do Michael Schumacker, toda a festa preparada para o maior vencedor de todos os tempos, apesar da temporada estar sendo dominada pelo Espanhol Fernando Alonso. Gostando ou não, devemos reverenciar o alemão. É possível sentir a diferença de sua técnica apenas pela forma que testa as curvas ao limite. O ronco do motor, o barulho das freadas, o cálculo das tangentes, a precisão da reaceleração. O clima de paixão pelo esporte é impressionante. Porém vamos à realidade...

O treino no sábado é uma degustação do que virá no domingo. Fui para o evento com um amigo experiente no assunto e comecei a me assustar quando ele disse que deveríamo fazer amizade com quem iria dormir na fila para poder pegarmos um lugar bom. Dormir na fila? Isso não estava nos meus planos! Então, exatamente por isso deveríamos fazer amizade com aqueles que dormiriam. Ok, vamos nessa. Nossa conversa com os "vizinhos" de arquibancada começava assim: e aí? Vocês vieram de que cidade? Vão dormir na fila? Se a resposta fosse não, já despachávamos os ex-futuros melhores amigos. Após 5 tentativas achamos nossas vítimas, gasp!, amigos. A primeira vez que um carro sai dos boxes durante o treino e acelera na reta é quase impossível não se emocionar. As rotações aceleram não somente o motor, mas também as batidas do coração. Sem viadisse, mas arrepia todos os cabelos do corpo. Acabando o treino fomos bancar os homeless. Montamos a barraca com nossos amigos e fizemos 4 horas de social com todos os vizinhos de "quarto". A idéia era que dia seguinte chegaríamos na fila e todas as pessoas em volta teriam certeza que estávamos lá na fila desde o dia anterior. Assim o fizemos, dormimos em casa e voltamos para a fila às 4:30h da manhã. Grande vantagem! Entramos na fila e tudo funcionou como planejado, algumas pessoas reclamaram, mas logo um grupo avisou que já estavamos lá desde cedo. Agora era só esperar até 7:30h para que os portões fossem abertos. Só! Acharam que isso era a pior parte. Bom, a corrida começa às 2:00h, eram 7:30h. Quem acompanha a Fórmula 1 sabe qual é o padrão do Grande Prêmio Brasil: etapa com chuva. E ela fez questão e aparecer logo às 8:00h. Curtimos a chuva por 2 horas até que chegou a hora dos ricos desfilarem suas Ferraris e Masseratis pelo autódromo. Dois mundos distintos, você ali ensopado e com frio e os caras preocupados em demonstrar a força do motor de seus brinquedos. Acontece, quem sabe um dia não trocamos de lugar. Nenhum recalque guardado, que venha a corrida. Mais 4 horas de espera, onde a única diversão é sacanear as pessoas que chegam tarde e tentam achar lugar nos melhores assentos da arquibancada, e chega a hora da largada. Volta de apresentação e a emoção e ansiedade começam a aumentar. Primeira volta, todos os carros chegando acelerados na curva no final da reta oposta e mais uma vez o arrepio geral. Pronto, depois disso dá vontade de mudar de canal, mas esta opção não estava disponível. Você começa a torcer para que haja um acidente sinistro e que as pessos saiam pegando fogo pelo meio da pista ou algo parecido. O barulho, que antes causava uma sensação extasiante, agora incomoda. As falhas do motor ainda geram a expectativa que tudo vai explodir, mas nada acontece. Espanhol ganha e é campeão. A saída do autódromo é uma loucura e 3 horas depois chego em casa prometendo que aquele evento entraria em nossa lista de programas de índio.

  • Carnaval de Salvador

Bahia de todos os santos, clima de alegria contagiante, melhor carnaval do mundo. A companhia da família e graaaaandes amigos completavam o ambiente. Estávamos nos camarotes do Forte de São Pedro bem no início do Circuito Campo Grande que incluia a Praça Castro Alves. A proteção era total, chegávamos e saíamos escoltados e sem nos preocupar. Durante as manhãs usufruíamos das praias e as tardes e noites dos "desfiles" das maiores atrações da música bahiana. Porém, vamos à realidade...

Um dos amigos resolveu que queria sair pelo menos um dia dentro do bloco e é neste minuto que começa a aventura. Primeiro tivemos que ir ao Aeroclube para conseguir negociar e comprar os abadás. Como iríamos apenas um dia, então resolvemos ir em grande estilo. Após muita conversa e discussões, pagamos R$150.00 por abadá. O preço inicial era R$300.00, mas já era meio dia e o horário de início já havia passado. Corremos todos sujos de areia de praia para alcançarmos o bloco na avenida, pela primeira vez chegávamos ao centro da bagunça sem estar protegidos. Aquela "muvuca" sem tamanho, empurra-empurra para chegar até a "proteção" das cordas. Proteção? Dentro do bloco o aperto era maior ainda. O bloco Coruja, com Ivete Sangalo, é um dos mais famosos do carnaval, só perde para o Nana Banana, então além do aperto interno, a multidão externa, vulgo pipoca, apertavam mais ainda. Resumindo, baby steps do início ao fim. Mas não é ruim, estávamos ouvindo Ivete Sangalo ali pertinho, com cerveja à disposição (cara, mas a disposição) e os amigos em volta. O segredo é não largar a mão da esposa, caso contrário sempre chegará algum engraçadinho para "conversar". Já que estamos ali, vamos aproveitar. O Circuito tem 7Km de comprimento. Todo poste do trajeto tem um número. Perguntei para um dos amigos o que seriam aqueles números e o otário disse que era a metragem do circuito. Hummm, faz sentido! Os postes têm aproximadamente 10 m entre eles então quando chegarmos em 700 chegaremos ao final, excelente! Vamos pra frente. Cerveja, dança, segura mão da esposa, encontra amigos bêbados, música show de bola, lá vem a curva, abraça a esposa, cerveja (nós não bebemos, estou me referindo a amigos), dança, música legal, pula demais, emoção. Número no poste: 30. Vaaaamos nessa! Dança tapa na cara, cadê a cerveja, segura a mão da esposa, pula, encontra amigos, esse negócio já tá cansando, alguém tá com vontade de fazer xixi (obviamente), segura a esposa, cuidado com a latinha de cerveja voadora, alguém passa a mão na sua bunda, as mãos da esposa estão com você, espero que não enfiem o dedo, lá vem a curva. Número no poste: 60. Queria dizer não, mas já to começando a cansar. Mais música boa, alguém vomita por perto, desvia aíííí, vontade de fazer xixi incontrolável, se vira cumpadi, segura mão da esposa, olha o rio de mijo, pula, segura a esposa, mais amigos, bêbados fazendo xixi na latinhas, hummm eram essas que tavam voando? Mais cuidado com latinhas voadoras, elas estão recheadas, músicas já não são mais tão legais. Número no poste 80. Bicho, eu ja não aguento mais e ainda estamos a pouco mais de 10% desta brincadeira, você não pode estar falando sério!!!! [Amigo trêbado] Nada cara, eu tava só zoando! Vontade enorme de matar a figura, segura a mão da esposa, olha a curva. Finalmente a Ivete anunciou que havíamos chegado à praça Castro Alves e eu sabia que dali para frente seria a perna menor. Porém, não sabia que seria a pior. Os trios eléricos não podem parar no meio da ladeira e a pressão sobre todos é enorme. Vamos motorista, pessoal não podemos parar, corre mais, mais difícil segurar mão da esposa, segura os bêbados, não larga da mão da esposaaaaaaa... Resumindo a agonia 1 hora depois estávamos de volta ao forte aos pedaços, quase não conseguindo andar. Eu não sei como as pessoas conseguem encarar essa maratona diariamente e ainda por cima saem dali e entram no circuto Barra-Ondina. Aliás, sei sim! Muita birita! Chegamos em casa e prometemos que aquele evento entraria em nossa lista de programas de índio. Aliás, a Nanade quer voltar, mas da próxima vez eu trocarei de papel com ela. Ela será a segurança particular.

Agora a mais nova adição à lista
  • Boxing Day

Dia 26 de dezembro é um feriado no Canadá e é por tradição um dia em que o comércio promove uma grande queima de estoque. Isso é o paraíso para as pessoas consumistas, estou me incluindo neste grupo, onde as lojas oferecem produtos variados, de roupas a eletrônicos, por preços que são uma loucura. Conseguimos achar produtos com até 80% de desconto e isso não é enrolação. Porém, vamos à realidade...

Este dia consegue unir tudo que os outros programas de índio contêm de pior. Para os homens então, é o símbolo maior da perda de tempo. Imaginem sair para compras com as mulheres onde o objetivo delas é comprar tudo o que está em promoção. Não podemos negar que as promoções são imperdíveis, mas 10 minutos são suficientes para os homens coseguiem o que querem. Uma visita à Best Buy, Future Shop ou Circuit City são suficientes. Pior, podemos faze isso pela Internet. Por causa desses 10 minutos de prazer temos que pagar por dois dias de perrengue. As filas para entrada nas lojas começam a se formar no dia anterior, assim como na Fórmula 1. Os shoppings são tão lotados e fedidos como como a volta do reveillon pela Nossa Senhora de Copacabana e o segredo é não largar a mão da esposa, assim como no carnaval de Salvador, mas neste caso é por pura proteção ao seu histórico de crédito. Cada loja que entrávamos demorávamos 1 hora para achar alguma roupa e mais 1 hora na fila para pagar. As coisas estavam mais difíceis do que fila para montanha russa no Wonderland. Depois de andar 5 horas naquele mafuá saímos, eu, prometendo que aquele evento entraria em minha lista de programas de índio e a Nanade prometendo que dia seguinte estaria na mesa zona. Espero que ela arrume um grupo de malucas para acompanhá-la, pois eu, tô fora!

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Compra do Carro. Novo ou usado? Japonês ou americano? 4X4 ou FWD? Leasing ou financiamento?

Continuando nossa aventura da compra do carro. Já havíamos decidido que iríamos adquirir o bem. Agora começamos nossa procura efetiva pelas melhores opções. Durante nossas pesquisas começamos a nos familiarizar com as questões financeiras. O que nos chamou mais atenção foi a questão das taxas de juros. Existem diversas empresas que cobram 0% de juros. Porém, isso é uma realidade apenas para carros novos (0 Km). Carros usados normalmente tem juros muito maiores, cerca de 9%, e a quantidade de parcelas muito menor, máximo 24 meses. Essas variáveis foram decisivas para escolhermos comprar um carro novo. Nós não queríamos desembolsar valores altos e não vemos vantagem em pagar o mesmo preço mensal por um carro usado (logicamente por um menor espaço de tempo).

Esta decisão talvez tenha sido a mais complicada, pois a mudamos várias vezes. Saíamos de casa dispostos a achar um carro zero, mas quando chegávamos nas lojas nos deparávamos com situações que nos balançavam. Alguns exemplos: PT Cruizer 2007 - $11K, Chrysler C300 2005 - $14K, Mercedes M-Class 2004 – 17K, Toyota RAV4 2005 - $17K. A procura é fácil e consegue-se achar carros em boas condições e por preços abaixo de 10K. Boas fontes de consulta são a Carpage (http://www.carpages.ca/) e Autotrader (http://www.autotrader.ca/). Conhecemos várias pessoas com carros usados e percebemos que há uma grande diferença em relação à confiabilidade dos carros com quilometragens elevadas. No Brasil, comprar um carro com mais de 100.000 Km é uma roubada. Aqui tem gente que compra carros com quase 200.000 Km e o carro não apresenta problemas graves durante toda sua “segunda” vida. Não sabemos se são as condições das ruas, o controle de qualidade nas fábricas e exigido pelo mercado ou um conjunto desses fatores. O fato é que os carros são confiáveis mesmo depois de bastante usados.
Resolvemos focar na procura de carros zero e isso incluía pesquisas na internet e “entrevistas” com donos de marcas que gostaríamos de adquirir. O conceito geral obtido como resultado é que os carros japoneses são mais duráveis e mais baratos de manter. Já os carros americanos são mais ligados com a questão do conforto. Os alemães, caros. Os coreanos, segunda linha. Porém, antes que comecem a pensar que isto é uma imposição de valores, gostaria de colocar que é apenas um resumão do que pesquisamos.

Algumas verdades:
  • Em termos de carro zero, comprar uma mercedes ou BMW, só num segundo passo. Os preços são acima da média. Revistas especializadas mostram que o custo benefício destes carros não é dos melhores. (To the hell with it, I want a M Class!!!);
  • Os carros japoneses têm uma durabilidade impressionante. Você vê carro da honda de 1532 no meio da rua. O carro tá todo comido pela ferrugem, mas continua andando;
  • A Tucson, o melhor importado no Brasil no momento, é pouco vendida por ser considerada de segunda linha. Quem pode, compra uma RAV4 (Toyota) ou CRV (Honda);

Algumas “lendas”

  • Ao contrário do que falam, os carros japoneses já estão bem melhores em relação aos opcionais de luxo/conforto. Ligar carro à distância, aquecimento de bancos, etc. Maior exemplo é a Infiniti (http://www.infiniti.com/) que é uma divisão da Nissan. O modelo FX é algo de cair o queixo. Talvez até troque o meu futuro M Class por um FX;
  • Em algumas situações a manutenção dos carros americanos fica mais barata, pois a disponibilidade de peças de reposição é mais fácil. Isso deve se agravar com o fechamento de fábricas de automóveis por estes lados;
  • A Hyundai produz carros com bastante qualidade e bem competitivos, como é o caso do Santa fé. Nós não tivemos oportunidade de conversar com donos destes carros, então não podemos passar mais detalhes.

Depois de olhar bastante e andar muito, resolvemos ficar com o Pontiac Vibe 2009 (http://www.gm.ca/gm/english/vehicles/pontiac/vibe/overview). Em nossa opinião o carro é bonito, tem os acessórios que estávamos procurando e o preço estava excelente. Este carro é fabricado pela Toyota com a base do Corolla e depois vai para a Pontiac para fazer a “perfumaria”. Encontramos então o modelo ideal, pois junta a confiabilidade do japonês com o conforto americano.

Existe modelo mais bonita(o)?

Finalmente, nossa luta acabou, certo? Mais uma vez..... errado.

Dentre os modelos disponíveis poderíamos escolher tração dianteira (FWD) ou 4x4 (AWD). Muitos falam da vantagem do AWD em relação à direção em condições climáticas ruins (muita neve), porém lemos em várias revistas que a diferença não deve ser considerada como o ponto principal de uma decisão. Se você não sabe dirigir na neve, que é o meu caso, então não será a tração em mais duas rodas que vai mudar algo. Pausa para comentário em relação à direção na neve.

Todos falam muito sobre esta experiência e como devemos tomar cuidado quando dirigir na neve, que o carro fica solto, que é preciso ser muito atencioso, etc. Eu, na minha cabeça simplista e confiante, pensei: ah! Para com isso, eu morei em Brasília. Todo mundo sabe como são as ruas durante a primeira chuva de setembro após 4 meses de seca. Ninguém consegue se segurar (sabão, sabão, sabão, chuveu, virou sabão) e eu nunca tive problema. Vou tirar de letra! Semana retrasada dirigi pela primeira vez enquanto nevava.
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... isso foi um minuto de silêncio pelo falecimento da minha confiança no volante. Eu só não me borrei porque não passava nem pensamento! Se você acelera um pouquinho a mais o carro patina, se pisa no freio um pouco mais agressivo o ABS começa a gritar igual criança com fome. Eu estava com uma pena incrível de ter gasto 500 dolares para colocar winter tires no carro. Depois dessa experiência eu vi que valeu cada centavo. Eu dirijo pelo menos 60 Km por dia e este acessório é de grande valia para o meu “commute”. Para quem gosta de jogar video game a sensação é a mesma de pegar uma ferrari F50 com câmbio manual e sem qualquer controle de tração. Conseguiram imaginar? Resumindo, eu não sabia se estava acelerando um carro ou fazendo uma obturação com broca. A experiência foi suficiente para entender que ainda tenho muito o que aprender sobre esta “atividade”.

Voltando à questão da tração. Se a diferença na neve não é tão grande, se não vamos usar o carro off-road e, além disso, a diferença de preço é significativa, então optamos pelo FWD.
Pagamento da dolorosa. Este é um ponto de muita discussão. Afinal, devemos fazer um financiamento ou leasing? Serei direto e mais uma vez simplista em meus argumentos. Ainda não conseguimos entender a vantagem do leasing! O nosso entendimento é o seguinte:

  • Paga-se mais barato que um financiamento;

  • É um aluguel de carro. Assim, toda a manutenção deve ser feita obrigatoriamente na concessionária. Eu disse TODA;

  • Caso você cause algum dano ao carro você pagar por isso, não somente o conserto, uma vez que o carro não é seu;

  • Há limite de kilometragem por ano. Normalmente 24000 km. Você pode mudar este valor, mas incide diretamente no preço do carro;

  • Você não consegue se livrar do carro antes do período de contrato. Assim, nascem os sites para socorrer os desesperados. (http://www.leasebusters.com/). O próprio nome já assusta, se alguma coisa precisa ser “busted” significa que não é boa. Leasebusters, Ghostbusters, MythBusters, BlockBusters (humm, acho que esta é a excessão).
    Ao final do leasing você tem o direito de compra do carro, mas terá que desembolsar cerca de 50% do valor do carro... usado;

  • Sei que esta é uma visão de quem optou pelo financiamento, logo totalmente tendenciosa. Já conversei com gurus de leasing que me mostraram algumas vantagens, mas sou muito brasileiro para conseguir entender. As pessoas aqui colocam o leasing como um gasto fixo mensal assim como o aluguel de casa, luz, telefone, etc. O grande argumento que todos os vendedores falam é “se você gosta de trocar de carro a cada 2 ou 3 anos, então leasing é a melhor opção”. Um dia chego lá!

É isso pessoal, desculpem-nos pela demora no complemento deste assunto. Como sabem este post gerou sequelas quase irreparáveis. Espero que seja proveitoso a todos.

Ah! Uma última informação interessante. Existe mais uma variável que nos deixa livre para escolher o carro que “nos der na telha”: o valor do seguro. Aqui o montante a ser pago está mais relacionado com a questão da cobertura à terceiros ($1M) do que com o valor do carro. Assim, a discrepância entre o carro “popular” para o mais luxuoso não será tão grande e não afetará a sua decisão. Afinal de contas no final iremos pagar um seguro caríssimo de qualquer forma.